Montagem de carro de papel (duplex, westerprint e panamá)
"'Tudo quanto é papel era aproveitado. Era não, é'". (pg. 1) (Luís Fernando Couto)
"Desde as primeiras experiências até a fase atual, Luís Fernando ampliou a gama de materiais e, sobretudo, a variedade dos tipos de papel que se prestam à confecção de suas miniaturas. Hoje em dia são usadas caixas de disquettes, embalagens de sabonete, lâminas que lacram as latas de leite condensado, chapas de zinco, acetato, papel adesivo Contact, papéis que imitam couro, veludo ou vidro, etc, a maioria deles, trabalha ainda a lápis ou tinta, de forma a adquirir a textura desejada". (pg. 1)
"Grande parte do material necessário Luís Fernando obtém juntando pacientemente tudo aquilo que outros julgam inútil ou fora de uso, como sobras de papel das gráficas, caixas de fósforo vazias, sucata de eletro-domésticos, todas as qualidades de papel e papelão, alfinetes, fios descascados, caixinhas de filmes fotográficos, etc. Além disto, emprega diversos tipos de cola, lápis de cor e tinta guache". (pg. 3)
"(...) Luis Fernando tem feito alguns ensaios no campo da pintura a óleo, preferindo os temas 'metafísicos'. Em sua opinião a pintura ainda será aperfeiçoada até atingir um resultado que lhe satisfaça, e por essa razão seus quadros não constam do elenco das peças desta exposição". (pg. 4)
"Assim, além do 'impacto da redução', efeito conscientemente buscado pelo artista ao aproximar suas miniaturas de modelos reais, as peças fascinam também pela ilusão de que são feitas com outros materiais - metal, por exemplo -, quando na verdade estes entram em proporção mínima e a grande parte das peças é mesmo de papel, metamorfoseando em plástico, fibra de vidro, couro ou metal". (pg. 1 e 2)
"'Inicialmente comecei pelo violão, com a proposta de dar a textura da madeira, utilizando a base do papel, depois partindo para o projeto tridimensional, fazendo a redução quase que em escala, mais visual. O processo de redução às vezes precisa de uma certa deformação para não interferir no visual da coisa". (pg. 3)
"Em alguns elementos destas miniaturas, o papel ou o papelão foram admiravelmente disfarçados, ficando praticamente irreconhecíveis. As membranas da peça de percussão, bem como a pele do banjo, imitam a perfeição do couro ou o material sintético de que são feitos nos instrumentos de verdade. Nas miniaturas, essas partes são de papel vegetal 'sujo' de grafite e coberto por uma camada de spray. No fole da sanfona foram usadas duas películas de Letratone superpostas de forma descentralizada. Outros tantos detalhes de acabamento só podem ser examinados de perto nessas miniaturas (...)". (pg. 3)
Fonte:
TRAVASSOS, Elizabeth. Luís Fernando Couto - As metamorfoses do papel (miniaturas de carrinhos e de intrumentos musicais).
Bibliografia Associada: |
Luís Fernando Couto: as metamorfoses do papel |