A CASA de lá e A CASA de cá – moçambique brasil
O Museu A CASA do Objeto Brasileiro e o Instituto Renato Imbroisi prestam uma homenagem ao trabalho artesanal das duas nações em forma de exposição. Confira.
Em parceria com o Instituto Renato Imbroisi (IRI), o Museu A CASA do Objeto Brasileiro realiza a exposição A CASA de lá e A CASA de cá – Moçambique Brasil. Feita com curadoria do designer Renato Imbroisi, a mostra se constitui numa casa construída com peças de artesanato e design que revelam interações culturais entre Moçambique e o Brasil.
Segundo Renata Mellão, diretora do Museu A CASA, a exposição é um modo de reconhecer e celebrar as diferenças e semelhanças entre os dois países. “Continente irmão, país irmão, que tantas heranças culturais nos ofereceram e que nesta exposição presenteiam nosso olhar com belezas de lá e de cá”.
Os dois países são interligados pela colonização e pela língua portuguesa, com diversas características culturais em comum. Entre os traços que nos aproximam, estão técnicas, materiais e outros elementos no artesanato e no modo de se fazer arte.
“Quando fui a Moçambique pela primeira vez, consegui reconhecer muitos elementos em comum do artesanato moçambicano com a produção artesanal brasileira. Vi peças de cestaria, redes e esteiras que poderiam ser confundidas com o que é produzido em estados como a Bahia, por exemplo”, afirma Imbroisi, que também é coautor do livro Lá e Cá – Trocas Culturais entre o Brasil e países africanos de língua portuguesa (Senac Editoras, 2013) que trata justamente dessas similaridades.
um pouco de cada lugar
Representando o Brasil na exposição, estão peças da comunidade de tecelões do povoado de Muquém, na região Sul de Minas Gerais.
Os artesãos de Muquém apresentam uma coleção de tecidos feitos à mão, seguindo a tradição de repassos mineiros, mas também com bordados inspirados em outros elementos de seu cotidiano, utilizando ainda materiais como o couro em harmonia com fios de algodão. São peças para casa, mobiliário com detalhes têxteis, bolsas e outros objetos.
A coleção foi desenvolvida com a colaboração de Imbroisi, que há 32 anos realiza um trabalho de criação em parceria com artesãos. Também participaram as designers Cristiana Barreto, Liana Bloisi e Tina e Lui.
De Moçambique, a seleção faz um recorte da produção de grupos e artesãos com quem Renato trabalha ou trabalhou nos últimos 15 anos, em suas idas ao país. Os trabalhos mais recentes, feitos em maio de 2017, também estão representados. Na ocasião, o designer criou novas coleções em parceria com os grupos Vavasati e Maciene, da província de Xai-Xai, além da designer Cristiana Barreto.
Do Norte de Moçambique, apresentam-se peças de cestaria tradicionais em cores vivas (que se assemelha ao que é produzido no litoral Norte da Bahia), além de delicadas esculturas em mafurreira, chamadas “psikelakedane”, produzidas na capital, Maputo.
A CASA também tem música
Na abertura da exposição, o Museu A CASA recebe a artista Lenna Bahule, que nasceu em Moçambique mas vive em São Paulo desde 2012.
Bahule pesquisa a música vocal e busca em sua arte diferentes caminhos para o uso da voz e do corpo como instrumento musical. Ela também orienta cantores e grupos em aulas particulares, onde estudam algumas técnicas de improvisação livre, consciência corporal, jogos e brincadeiras sonoras, regência de sinais e um trabalho introdutório sobre o repertório da música vocal de Moçambique.
Em 2016, Lenna Bahule lançou o seu primeiro disco, intitulado “NÔMADE”. Ela também faz parte do grupo de dança sul-africana Gumboot Dance Brasil atuando como bailarina e como diretora musical.
Visitação
DE 21 DE OUTUBRO A 20 DE DEZEMBRO DE 2017
Espaço expositivo Museu A CASA
Av. Pedroso de Morais, 1216, Pinheiros • São Paulo, SP
De terça a domingo, das 10h às 18h30
Entrada gratuita