
entre-laçados

Misturando tecidos, técnicas, cores e intuição, quatro artistas ocuparam o Museu A CASA do Objeto Brasileiro para uma exposição têxtil que estimula os sentidos e brinca com o papel do tecido no cotidiano.
O Museu A CASA do Objeto Brasileiro apresenta a exposição ENTRE-LAÇADOS, que desdobra trabalhos têxteis feitos com diversas técnicas artesanais como crochê, tecelagem, bordado e costuras, tudo criado dentro de perspectivas artísticas.
À convite do museu, os artistas Alexandre Heberte, Marina Godoy, Marta Meyer e Renato Dib aceitaram o desafio de ocupar o espaço expositivo com instalações, painéis, esculturas moles, tapeçarias, tramas e outras intervenções com objetos têxteis feitos à mão.
Apesar de apresentarem técnicas similares, as obras seguem jornadas diferentes e se constroem a partir de óticas e estímulos distintos, revelando os múltiplos caminhos do fazer manual artístico.
Alexandre Heberte usa tecidos manuais em teares de pente liço e mistura técnicas como tecelagem, bordado, renda e filé para criar seus planos, relevos, padronagens e texturas. Suas tramas são criadas a partir de fios de algodão, fitas VHS, arames de construção, bijuteria, entre outras.
Para o artista, suas obras são percepções bidimensionais que dialogam com o tridimensional. “Elas tratam das infinitas possibilidades de combinações da fibra. O que é o tecido se não algo que está em todo lugar, o tempo todo em nossas vidas?", diz.

Já Marina Godoy traz criações com temáticas que norteiam o universo feminino e as questões do tempo. “A escolha dos materiais envelhecidos, rendas gastas, crochês e bordados rasgados, costurados e remendados manualmente, têm como objetivo denunciar a passagem do tempo”, revela Godoy.

Tendo as tramas, bordados, teares e agulhas como ferramentas principais de expressão artística, Marta Meyer selecionou algumas peças que exploram pontos tradicionais do bordado, a sobreposição de tecidos e a mescla de diferentes tramas. “Chamo meus painéis de ‘colagens têxteis’, nos quais os diferentes pontos de bordado unem os fragmentos formando um grande e novo tipo de tecido”, define Meyer.
Enquanto isso, Renato Dib pendura seus objetos tridimensionais no ar, nos quais utiliza técnicas tradicionais ou inventadas e materiais têxteis para construir as peças. Cortar e costurar, aplicações, bordados, patchwork, furos e rasgos vão modelando as formas.
“Os tecidos usados são escolhidos pela história que eles carregam e podem vir de roupas, almofadas, toalhas, pedaços recortados, fitas e linhas. Tudo isso contempla as formas do corpo humano, tanto por fora como por dentro”, afirma o artista.
Visitação
DE 06 DE MARÇO A 15 DE ABRIL DE 2018
Espaço expositivo Museu A CASA
Av. Pedroso de Morais, 1216, Pinheiros • São Paulo, SP
De terça a domingo, das 10h às 18h30
Entrada gratuita
