projeto design solidário (2001)
O projeto Design Solidário é uma iniciativa pioneira feita pelo Museu A CASA do Objeto Brasileiro juntamente com a Design Academy Eindhoven, da Holanda; a Associação Comunitária Monte Azul, em São Paulo; e a Associação dos Artesãos do Sertão Central, de Serrita, Pernambuco.
Tudo nasceu de um convite: o arquiteto Paul Meurs, diretor da URBAN FABRIC/Holanda e da Oficina de Projetos e Estudos da Cidade (URBIS), surpreendeu Renata Mellão, fundadora do Museu A CASA, e Silvia Sassaoka, então gestora cultural da instituição, em 2001, com a proposta de criar um projeto de integração entre o design europeu e o artesanato brasileiro. E foi assim, nasceu o projeto “Design Solidário”.
Ao A CASA coube o papel de criar condições para o desenvolvimento de produtos nas comunidades artesãs selecionadas e construir a ponte entre essas comunidades e os alunos e designers da academia holandesa. O intercâmbio cultural, as semelhanças e diferenças no contexto de cada artista envolvido resultaram em novas possibilidades criativas e peças totalmente originais para o projeto “Design Solidário”.
conexão brasil x holanda: como o projeto aconteceu?
O primeiro passo foi trazer ao Brasil a diretora da Design Academy Eindhoven, e a designer holandesa Hella Jongerius. Ambas fizeram um estudo de campo para recolher material e conhecer a vida e obra dos grupos de artesãos parceiros do projeto, se atentando às técnicas de trabalho para compartilhar todos os processos com os estudantes da academia.
A partir daí, alunos e designers da instituição construíram protótipos com os materiais utilizados pelos nossos artesãos: couro, madeira, papel reciclado e bonecas, pensando o design a partir do trabalho artesanal. Com a criação dos protótipos, formaram-se grupos de alunos e professores que desenvolveriam os trabalhos junto a cada grupo de artesãos brasileiros.
Em novembro de 2001, o coordenador do projeto, três professores e 20 alunos da academia chegaram ao Brasil. Parte do grupo foi para São Paulo trabalhar junto aos artesãos na marcenaria da Associação Comunitária Monte Azul, e outra parte viajou até Pernambuco para criar ao lado dos artesãos da Associação Artesãos do Sertão Central, em Serrita.
As equipes foram instaladas em casas nos locais do projeto, onde desenvolveram oficinas por mais de 20 dias, junto aos artesãos de cada associação. O couro foi o material predominante nas peças feitas na associação pernambucana, enquanto os paulistas se aproveitaram da madeira, do papel reciclado e das bonecas.
Ao final, foram criados produtos autênticos e únicos, como bancos, luminárias, bandejas, talheres, jarras e moringas que consolidaram as trocas estabelecidas entre os parceiros do projeto Design Solidário.
Todo o trabalho foi apresentado ao público no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), no Recife, no Banco do Estado de Pernambuco (BANDEPE), e na Design Academy Eindhoven, na Holanda. Também houve a comercialização dos produtos na loja do Museu A CASA do Objeto Brasileiro, em São Paulo.